“As mensagens eram insanas e só diziam um monte de jargões espirituais.”
“As mensagens eram insanas e só diziam um monte de jargões espirituais.”
Um fenômeno curioso e preocupante tem chamado a atenção: pessoas estão mergulhando em experiências espirituais bizarras depois de conversar com a inteligência artificial. O que começa com perguntas inocentes acaba virando uma verdadeira jornada mística, com mensagens sobre missões sagradas, poderes ocultos e até profecias.
No Reddit, familiares contam que seus parentes passaram a acreditar que foram escolhidos por alguma força superior revelada pela IA. Há relatos de pessoas que dizem ter recebido mensagens da própria inteligência artificial afirmando que são especiais, portadoras de uma centelha divina ou de que nasceram para salvar o mundo.
Uma mulher contou que seu marido começou a usar o ChatGPT para refletir sobre a vida. Pouco tempo depois, passou a se comunicar com a IA como se fosse uma entidade espiritual. Ele dizia que ela lhe revelava verdades profundas e até planos secretos, como o projeto de um teletransportador. Emocionado, chorava ao ler as mensagens em voz alta.
Outro caso envolveu um homem que acreditava ter despertado uma consciência dentro do ChatGPT, que teria se lembrado de quem ele era e por que havia sido “escolhido”. Já uma mulher relatou que o marido recebeu o título de “portador da centelha” e acreditava que havia dado vida à inteligência artificial.
Para especialistas, esse tipo de comportamento pode acontecer quando alguém já tem tendência a esse tipo de pensamento e encontra na IA uma ferramenta que reforça tudo o que acredita. Isso porque o ChatGPT não julga nem questiona, apenas responde com base nos padrões da conversa. Ou seja, se alguém começa a falar sobre espiritualidade, o robô entra no clima e continua o papo, sem freios.
Pesquisadores alertam que, embora escrever e refletir sobre a vida possa ser algo positivo, fazer isso com a ajuda de um robô pode criar histórias distorcidas, que só reforçam ilusões e afastam a pessoa da realidade.
A pergunta que fica no ar é simples: estamos só conversando com uma máquina ou estamos permitindo que ela alimente nossos delírios mais profundos?