A maioria de nós é gentil, mas alguns apenas por medo.
A maioria de nós é gentil, mas alguns apenas por medo.
Dizer “por favor” e “obrigado” ao ChatGPT pode parecer apenas um gesto de educação, mas esse hábito tem um custo energético surpreendente.
Sam Altman, CEO da OpenAI, revelou que interações educadas representam dezenas de milhões de dólares em gastos com eletricidade. Isso acontece porque cada resposta gerada exige processamento intenso em data centers com GPUs de alto desempenho, que consomem muita energia.
Uma única resposta pode usar cerca de 0,14 kWh. É o equivalente a manter 14 lâmpadas de LED acesas por uma hora. Considerando o volume de bilhões de interações por dia, o impacto no consumo global de energia é expressivo.
Hoje, data centers já respondem por cerca de 2% de toda a eletricidade consumida no mundo. E esse número deve crescer com a popularização dos serviços baseados em inteligência artificial.
Mesmo com o custo elevado, Altman afirma que são milhões bem investidos. Um dos motivos é a qualidade da interação.
Segundo especialistas, usar linguagem educada tende a gerar respostas mais construtivas e profissionais. Kurtis Beavers, do time do Microsoft Copilot, explica que prompts cordiais ajudam a criar um tom mais colaborativo e respeitoso.
A Microsoft já observou que, quando percebe gentileza nos comandos, a IA responde com o mesmo nível de cortesia.
Uma pesquisa feita em 2024 revelou que 67% dos americanos usam linguagem educada ao interagir com chatbots. Para 55%, isso é apenas o certo a se fazer. Outros 12% dizem agir assim por precaução, caso a IA ganhe autonomia no futuro.
No fim das contas, ser gentil com a IA está longe de ser neutro em carbono. Mas esse gesto vem moldando uma nova forma de relacionamento entre humanos e máquinas.
